quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Mergulhe

Era uma criança dócil, mas tinha problemas e de vez em quando mergulhava dentro de si e ficava alienada, fora do mundo. Fechava os olhos e seguia. Este mundo não a tocava, então ela fugia dele. Estava num desses momentos.
Mergulhou e seguiu, foi andando pelo gramado, pela floresta, gostava do mistério da floresta, de suas arvores, sua sombra e sua luz. Entrava dentro de si, no desconhecido que queria conhecer e não tinha medo, mas tinha muita resistência. A floresta sempre representou seu interior, cheia de recantos, escondidos, reentrâncias, se sentia bem, estava no seu ambiente embora fosse desconhecido.
Chegou num riacho e foi andando beirando a margem, estava escondida do mundo, as arvores não a deixavam ver, ninguém a podia ver e ela não podia ver ninguém, ali era ela mesma, só ela, ninguém para lhe dar opinião, palpitar, lhe dizer o que era certo ou errado. Queria ser ela mesma, afinal não existe certo ou errado, existe gente, sentimentos, emoções, pensamentos, vida, dor, alegria.

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