Eu busco acalanto e conforto
Não esse conforto que o dinheiro pode comprar e que os humanos podem destruir.
Eu encontro um ruído dentro da minha cabeça, uma voz que não quer calar.
Um leve desespero latente, uma fúria insensata do desejo de não mais querer.
O som do meu coração e dos meus instintos humanos que nunca soam em uníssono.
Que de tão breve chega a ser quase imperceptível...
Já não tenho medo, nem guardo rancor, nem saudade, nem amor...
Sou um poço vazio, uma fonte que secou, um pássaro que não aprendeu a voar.
Sigo cada passo apalpando um dedinho de loucura, brigando com meu ego para não surtar.
Sou um “quase-nada” da vida, tentando da melhor maneira ser alguém comum...
Não que o comum me fascine, mas que talvez me console.
Mesmo procurando um consolo onde só exista dor
Mesmo colecionando uma série de erros, desses erros que o coração optou.
Sou um desastre que nem mesmo sei se corro, se espero ou se passo em silêncio.
Dentro do barulho das minhas confusões, longe das peças das ilusões...
Sou carne, osso, sangue, pele e um sorriso morno.
Sou criança querendo colo de mãe...
Despejo minhas angústias em noites tempestuosas...
Meu travesseiro confidente para os segredos que já não quero guardar.
Meu tudo e meu nada que já desistiu de brigar.
Minhas lágrimas que já não caem, a água que a regou...
Desabrocho e murcho sem fazer cerimônia.
Em meio ao mato que em volta cresceu...
Desisto de ser tantas em minhas canções desafinadas...
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